Costumo dizer por aí que dirigir é meu passatempo preferido!
Na verdade é mais do que isso;
É paixão mesmo!
A sensação de estar no comando de uma máquina veloz ,+ 4 rodas é indescritível!

Essa paixão começou aos 18 anos, quando eu ganhei de aniversário a 'carteira de motorista'.
Depois de uns 2 meses e duas tentativas, adquiri minha permissão!
Só não consegui de primeira por culpa de um filho da mãe, o verdadeiro idiota sem sorte...

Eu né!

Já tinha feito o mais 'difícil', que era a garagem. Já estava voltando de volta pra o pátio onde começou o percurso, quando não mais que de repente...
Surge um SER em cima de uma faixa de pedestre...
- Em Brasília, cidade onde eu fiz a prova, é obrigatório parar nas faixas de pedestres.-

Pois é, tinha uma porra de uma carro branco parado - e com cara de inguiçado - em cima da faixa de pedestre, do outro lado. Sentido contrário a mim.
E do lado do carro surgiu esse idiota andando.
Aí eu não parei, mas também não atropelei. Só passei reto!
E o veado, na verdade não foi atravessar a faixa. Ele foi falar com o motorista do carro.

Mas SÓ EU que vi a cena pelo retrovisor. Por que enquanto isso, o instrutor que tava no banco de trás anotava a "cagada" na ficha e o do banco do passageiro vinha dando sermão sobre a preferência dos pedestres...
Aí, não fui aprovado.
No relatório que eles entregam na auto-escola, disseram que além de eu não ter parado na faixa de pedestre, ainda tinha deixado de sinalizar corretamente em alguns pontos do trajeto.
Bando de idiotas sem ESPOSA!

Da segunda vez, eu estava nervoso!
Foi a primeira vez que me encontrei menos calmo dentro de um carro.
Nesse dia reencontrei dois colegas de classe - Leonardo e Pedro Henrique - da época do segundo grau, que também estavam fazendo os exames. Ambos foram chamados primeiro que eu.

Na minha vez, eu já sai pro lado errado. Depois de consertar o erro, tive a gradiosa sorte de parar na saída da garagem e pegar engarrafamento.
Engarrafamento com candidatos a novos motoristas no mundo, sem prática alguma.
Eu tinha certeza absoluta que eu já tava reprovado.

Minha perna tremeu muito, meu carro era o 3º da fila, de mais de dez. A fila estava parada no semáforo vermelho, que ficava numa rua estreita e ingríme.
A perna do controle de embreagem tremia mais que o motor do carro.
Eu até suei frio, minhas mãos quase que saindo do voltante.
Eu tava tendo um princípio de morte mesmo.
Mas respirei fundo e fui!
Consegui sair com estilo e uma cantadinha de levinho nos pneus, só da pra dar uma afinada no percurso.

Detalhe importante, durante todo meu SOFRIMENTO, os dois instrutores nem se quer se importaram. Eles nem se abalaram.
Assim que eu sai da garagem e cheguei no engarrafamento, o que estava sentado no banco do passsageiro pulou pra trás.
O que já estava lá, abriu uma pasta azul e retirou uns papéis e pronto.
Começaram a descutir preço de carros e motos que eles tavam vendendo e/ou querendo comprar.

Assim.. fui totalmente I-g-n-o-r-a-d-o!
Vez ou outra alguém gritava: Direita - Esquerda - Garagem - Volta!
Assim!

Tirando o momento de extrema tensão no começo, que depois eu descobri que só começa a contar depois do semáforo, o restante do percurso foi super tranquilo.
Fui fazendo o caminho que eu queria, bem calmo como o de costume.
Quando cheguei do percurso, mal terminei de fazer todo o processo de desligar o carro e tirar o cinto... e aí já me deram um papelzinho escrito APTO e pronto!

E então chegou o 2º semestre de 2003 e eu ia ter, finalmente, em mãos o meu presente de aniversário.
Também começava as aulas do curso pré-vestibular, que eu pseudo-estudava.
Nos 4 primeiros dias, minha mãe me levou e buscou.
Na quinta-feira, às 18:30hrs, como de costume ela foi me buscar, só que dessa vez com a minha habilitação que tinha acabado de chegar dos correiros.

No entanto, nesse dia chovia torrencialmente em Brasília. E eu nunca tinha dirigido na chuva.
Minha mãe mandou eu voltar dirigindo e ponto final.
Eu olhei bem pra cara dela e falei: "Você não tá vendo que tá chovendo pra caralho?" e ela gentilmente respondeu: - Tenho médico as oito e meia, anda logo!
E assim, com esse incentivo brilhante, eu fui!

Chegamos em casa diretinho, inteiros, secos e salvos.
No caminho minha mãe foi elogiando me desempenho e dizendo/se explicando, que era melhor que eu enfrentasse aquela chuva com ela do lado, do que sozinho.
Tive que concordar...
Afinal, à partir do dia seguinte eu iria pro cursinho por conta própria.
No MEU CARRO, o meu primeiro carro que eu escolhi e tive muitas histórias.
O Fiat Uno prateado!

(to be continued....)