E quando acordei, percebi que tinha dormido numa teia de aranha! Tinha fios de seda me amarrando e me impedindo os movimentos. Fiquei estático, imóvel, meio burro e perplexo.
Quando achei que não podia ficar pior, eis que me surge um espelho.
E pra fu***r mais ainda, refletia uma mulher. Não qualquer uma, e sim a minha própria imagem feminina.
Essa história não podia mesmo dar certo!

Perdi a compostura e a sensatez e também a inteligência.
Fiquei perdido e pra trás. Não sabia como me movimentar pra sair dessa teia.
Quanto mais me enrolava, mais o espelho refletia.
Refletia todos meus defeitos, todos de uma vez só!

E isso me atraía. Enfrentar de cara o meu lado geminiano podre.
Mas minha sanidade foi corrompida. Diria que foi congelada com o tempo frio.
Sair dessa teia me parece impossível, tendo em vista que cada vez que me enrolo [mais ainda], mais perto de virar comida da aranha eu me torno.
E eu gosto!

Perturbador se defrontar com você mesmo diante do espelho, admirando os atributos femininos e a mesma mente cheia de dualidades inférteis e impenetrável.

Quero quebrar esse espelho que reflete a alma.